Vigiai, eis que o tempo chega!

Estamos no tempo propício à realização de uma interiorização séria e mais profunda, de uma conversão, através do arrependimento e do perdão. Precisamos priorizar o aplainamento do nosso caminho, rejeitando toda a espécie de arestas (interêsses mundanos), que possam de alguma forma impedir ou dificultar a nossa adesão ao plano salvífico de Deus.

Ainda está em tempo de nos reaproximarmos verdadeiramente de Jesus, o Caminho verdadeiro que nos resgata da perdição eterna, que está sendo camufladamente propagada e divulgada no mundo, com a finalidade de subtrair as pessoas, desviando-as do caminho que conduz à Salvação, à Vida Eterna em Deus.

"Eis que chega entre nuvens: todos os olhos O verão, também os que O transpassaram; e todas as raças do mundo baterão no peito por Ele. Assim é, amém." ( Ap. 1,7 ).

Refletindo a lei do retorno.

"Atira uma pedra para o alto e ela te cairá na cabeça; um golpe traiçoeiro espalha feridas; quem cava uma cova nela cairá, quem arma uma rede nela nela ficará preso; o mal se voltará contra quem o faz, mesmo que não saiba de onde vem." ( Eclo. 27, 25-27 ).

O ódio, o rancor e a vingança são sentimentos que levam a desejar o mal a alguém; ressentimentos profundos, resultantes de atos que causaram mágoa e que despertam o desejo de tirar desforra, castigar e punir.

Uma pessoa vingativa se apraz na vingança. Mas, engana-se pois, o prazer da desforra é passageiro e deixa feridas na alma . Jamais encontrará paz e a felicidade verdadeira não a acompanhará.

Deste modo, as consequências do ódio e da vingança se alojarão em sua vida através de acontecimentos e situações indesejáveis, gerando circunstâncias amargas.

Então, podemos perceber que: Quem planta ódio e revolta, colhe as suas desastrosas consequências; quem planta amor cultivando benignidade, recebe de Deus a sua merecida recompensa.

Na busca contínua...

Todo ser humano caminha em busca do seu sentido no plano da criação. Procura uma auto-afirmação, uma definição, um sentido objetivo para a sua existência. Para isso, embrenha-se muitas vezes em doutrinas, crenças e mitos em busca do seu auto-conhecimento, visando saciar a necessidade contínua em busca de algo que lhe complete; dê sentido e ilumine o seu viver, assim como, o caminho a ser seguido. Por vezes, acaba por distanciar-se do seu verdadeiro caminho e objetivo, seguindo por vias alternativas contrárias.

Reflitamos com atenção na seguinte frase de Jesus então, poderemos encontrar a solução à esta busca incansável e contínua da nossa vida.

"Eu sou a luz do mundo. Quem Me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida." ( Jo. 8, 12 ).

Decidir alicerçado na consciência.

Antes de entrar em consenso a respeito de algo, em conformidade de opinião, a conscientização e a compreensão, o conhecimento e o discernimento devem alicerçar a decisão a ser tomada.

As decisões não podem ser tomadas aleatoriamente, sem responsabilidade, sem calcular as consequências. Para isso, a importância do discernimento é fundamental para efetuar uma escolha adequada e responsável, em qualquer área da nossa vida.

Discernindo os apelos do mundo.

O mundo nos apresenta diversificadas e incalculáveis formas de indução ao consumo desenfreado de ítens materiais, cuja tendência e objetivo é propiciar sensações de felicidade, realçando os anseios prazerosos do ser humano. Assim o ser humano vai perdendo a sua capacidade de ser autêntico ao mergulhar neste turbilhão de ofertas de consumo e, muitas vezes sem perceber, deixa-se levar, arrastar pelo poder incontrolável, assolador e devastador da mídia.

Há portanto, uma grande necessidade do discernimento, da conscientização do ser humano em relação a esta onda que invade as consciências humanas, tornando-as indubitavelmente inebriadas nas suas sensações, gerando perspectivas que infalivelmente conduzem ao vazio na sua existência.

Torna-se necessário discernir, dosar a influência de tudo aquilo que tende a se alojar no nosso inconciente.

A prática das obras.

"Quem pratica o mal, tem ódio da luz, e não se aproxima da luz para que suas ações não sejam desmascaradas. Mas, quem age conforme a verdade, se aproxima da luz, para que suas ações sejam vistas, porque são feitas como Deus quer." ( Jo. 3, 20-21 ).

Quem pratica obras más, odeia a luz pois vive mergulhado na escuridão. O seu íntimo é impregnado por densas trevas que se refletem nas suas ações. Propaga a mentira, vive no ódio e semeia frutos de desentendimento e desunião.

Aquele que age em conformidade com a verdade, vive na luz e está na presença de Deus, praticando boas obras; * propaga a verdade, vive o amor fraterno e semeia frutos de benignidade; * transforma-se em sinal do Reino de Deus em meio a multidão, que caminha muitas vezes sem rumo; * ilumina como um luzeiro os rumos dos demais, revelando através da doce candura e procedimento o caminho que nos leva ao Pai.

O Alimento que desceu do Céu.

"Não trabalhem pelo alimento que se estraga; trabalhem pelo alimento que dura para a vida eterna. É este alimento que o Filho do Homem dará a vocês, porque é Ele quem Deus Pai marcou com Seu selo." (Jo. 6,27 ).

O alimento é necessário para manter a vida. Mas, para chegarmos à Vida Eterna, precisamos de um alimento especial, que somente Jesus pode dar. Ele, é a oferenda viva, o Pão Vivo que desceu do Céu assumindo a forma humana para nos redimir.

Jesus nos alimenta através da Palavra que procede da Boca de Deus e se faz nosso alimento, nosso sustento espiritual.

"Eu Sou o Pão da Vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede." (Jo. 6, 35 ).

Reflitamos portanto, no íntimo do nosso coração sobre o conteúdo desta citação bíblica pois, nela se resume a nossa verdadeira busca.

O verdadeiro sentido de viver a vida.

"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la." ( Mt. 10, 38-39 ).

Na vida, o ser humano pode viver procurando aproveitar ao máximo as coisas do mundo, na ilusão de que está "vivendo a vida", tirando vantagem e o máximo proveito dela, usufruindo dos prazeres, do poder, do sucesso e das riquezas materiais.

Mas, tudo isso é passageiro, é finito. Não acrescenta nada ao seu lado espiritual. Se optar por "perder a vida" por causa de Jesus, vivendo conforme os seus ensinamentos, começa a se deparar com o sentido de uma nova vida, alicerçada em Deus, na verdadeira sabedoria e Conhecimento Divino. Vida, que conduz à eternidade, à verdadeira felicidade que não está condicionada aos bens materiais, nem limitada às coisas deste mundo.

A ambivalência no procedimento.

O ser humano torna-se ambivalente, quando começa a seguir dois valores, contrários ou não. Assim, ele se torna indeterminado, impreciso, vago, não se define com clareza.

Tal procedimento pode ocorrer no campo físico ou espiritual. No campo físico, a indefinição, obstinada, persistente, obstrue os caminhos a serem percorridos. É necessário uma estabilidade, uma definição a ser tomada, a fim de se chegar a algum termo.

No campo espiritual, ser ambivalente é improcedente, sem fundamento, não tem lógica. A nossa existência precisa transcorrer mediante uma decisão, uma escolha. Cabe ao se humano, mediante livre arbítrio, efetuar a sua, dedicar-se à ela sem ambivalência, unilateralmente.

"Jesus disse para eles: Para vocês, foi dado o mistério do Reino de Deus; para que os que estão fora tudo acontece em parábolas, para que olhem mas não vejam, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados." ( Mc. 4, 11-12 ).

Receber dignamente os enviados de Deus.

"Eu garanto a vocês: quem recebe aquele que Eu envio, está recebendo a Mim e quem Me recebe está recebendo Aquele que Me enviou." (Jo. 13, 20 ).

Deus vêm a nós, quando abrimos com sinceridade nosso coração para acolhê-Lo. Inicialmene, recebendo os Seus enviados, aqueles que proclamam que Jesus Cristo é o Senhor e vivem os seus desígnios, estamos acolhendo o próprio Jesus e recebendo-O estamos recebendo a Deus.

É preciso oferecer mais as nossas orações e a nossa dedicação aos enviados de Deus pois, é através deles que se estabelece a ponte entre Deus e cada um de nós.

Uma definição é necessário.

Existe uma grande diversidade de crenças e mitos que se multiplicam sustentados por pessoas ou grupos. Há porém quem age aleatoriamente, que não se relaciona com o asunto de que se trata, procedendo de modo impróprio, inadequadamente.
Pessoas que se dizem seguidoras de Cristo por exemplo, mas agem com sentido dúbio e indefinível. Colocam-se ao mesmo tempo a servir à Deus e a acompanhar crenças e mitos opostos paralelamente , dispensando a estes sua dedicação constante e contínua...
"A Escritura diz: Você adorará o Senhor seu Deus, e somente a Ele servirá." (Lc. 4, 8 ).

Humanizar os atos humanos.

É necessário que o ser humano seja mais benévolo, tolerável, torne-se mais sociável, demonstre mais compreensão para consigo mesmo e para com o seu próximo. Precisamos semear sementes de amor, carinho, respeito e compreensão, principalmente com as crianças, a fim de que possam se desenvolver num ambiente mais acolhedor e tolerável à prática do bem; à idéia de que Deus é o Bem Supremo; que as crianças sejam levadas a conhecer e vivenciar o amor, o respeito humano através da era tecnológica; que os programas sejam elaborados visando o desenvolvimento do seu lado bom, dizendo não à agressividade e aos heróis vazios que povoam a mente das crianças.

"Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fizerem isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram. Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna."

(Lc. 25, 45b-46 ).

A conversão deve se levada à sério.

Nesta fase, onde a tecnologia predomina consideravelmente o mundo, nos acostumamos com todo tipo de facilidades. Tudo ocorre ao simples toque do botão. Assim, acabamos deixando que as máquinas pensem por nós. Consideremos o seguinte exemplo: Ao efetuarmos um raciocínio matemático, não precisamos fazer uso da nossa mente, basta apertarmos os botões da calculadora e o resultado aparece momentaneamente.

Assim, vamos permitindo que as máquinas tomem decisões por nós; deixando-nos levar até inconscientemente por essa onda tecnológica que assola os tempos atuais.

Não podemos perder o nosso lado humano que pensa, sente e vive. Portanto, a conversão para Deus e de volta à vida se torna cada vez mais urgente e precisa ser levada à sério enquanto o tempo ainda o permite.

Estejamos alertas, a oração é fundamental.

"Fiquem atentos, e rezem todo o tempo, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer, e para ficarem de pé diante do Filho do Homem." ( Lc. 21, 36 ).

Estamos no tempo que propicia a reflexão, a análise dos fatos que ocorrem no mundo, na natureza e na nossa vida. O aumento desenfreado da violência, os perigos naturais, o emaranhado de ideologias (idéias, crenças) que tendem a confundir o ser humano.

Perante esta situação, precisamos nos colocar na providência Divina pois, somente através da oração contínua conseguiremos obter a força necessária para podermos prevalecer firmes, nos esquivando dos perigos proeminentes.

Somente em Deus poderemos nos considerar vitoriosos em todas as situações e circunstâncias que nos advirem.

Conscientização interior.

" Portanto, veja bem se a luz que está em você não é escuridão. Se o corpo inteiro é luminoso, não tendo nenhuma parte escura, ele ficará luminoso, como quando a lâmpada com o seu clarão ilumina você." ( Lc. 11, 35-36).

É muito importante fazermos uma revisão dos nossos atos, para detectarmos possíveis pontos de escuridão que pensamos ser luz. Muitas vezes deixamo-nos levar por aquilo que predomina no ambiente cotidiano, e não conseguimos perceber que nossas ações causam escuridão interior, a presença do pecado então ali se instala.

Mediante uma análise consciente do nosso proceder, acompanhada de uma confissão sincera e reconhecimento dos erros, na firme decisão da conversão de vida aos valores transmitidos por Jesus, toda a escuridão existente ( o pecado ), dará espaço a uma fonte contínua e vibrante de bênçãos e graças que procedem de Deus.

Não tentar a Deus.

"Confiou em Deus; que Deus o livre agora, se é que o ama!" ( Mt. 27, 43 ).

Quantas vezes somos tentados a testar, a pôr em experiência a ação de Deus nos acontecimentos da vida.

Isto demonstra que há uma enorme distância da nossa parte em relação à Deus.

Existe uma fé fragilizada, incerta, inconstante e inócua, isto é, que não produz o efeito desejado e necessário.

Para combater esta tentação é necessário um empenho mais eficaz e significativo nas orações, no colóquio pessoal com Deus, pedindo com sinceridade a graça de uma fé mais estável e consistente.

O ser humano é suscetível, possui tendência a sentir influências exteriores deixando-se conduzir por elas, cedendo às tentações. Mas, quando recorre ao auxílio Divino, elas acabam sendo sanadas, resultando numa libertação profunda.

Apego desmedido ao materialismo.

"Eu te darei todo o poder e riqueza desses reinos, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te ajoelhares diante de mim tudo isso será teu." Jesus respondeu: "A Escritura diz: Você adorará o Senhor seu Deus, e somente a Ele servirás." ( Lc. 4, 6-8 ).

A tentação mais comum do ser humano, é a do poder e a da riqueza. Para obtê-las, não mede consequências. Passa por cima dos direitos alheios, engana procurando tirar vantagem. Utiliza-se dos meios ilícitos para atingir o seu objetivo, visando seus próprios lucros e interêsses.

Desta maneira, o ser humano se afasta de Deus, do Senhor verdadeiro, da Vida Eterna e, adorando o opositor e suas obras, mergulha nas profundezas do oceano da perdição e condenação eternas.

Firmeza na provação!

"Feliz o homem que suporta a prova, porque, ao superá-la, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam." ( Tg. 1, 12 ).

Quando nos deparamos com situações difíceis em qualquer área da nossa vida, não devemos jamais nos entregar ao desespero nem ao desânimo. Precisamos procurar forças através da nossa fé, alicerçando-nos na esperança de que Deus nos reserva uma vida plena, algo bem maior que supera a dificuldade que estamos atravessando. Assim, Ele nos concederá as condições necessárias para podermos suportar a provação pois, ela serve para medir a intensidade da nossa fé, no sentido da adesão e anuência, isto é, do nosso consentimento pessoal à Deus, permitindo sinceramente a Sua Ação na nossa vida.

Viver na fé com esperança.

"Portanto, não nos acovardamos: se nosso exterior vai se desfazendo, nosso interior vai se renovando dia após dia. A nós, que temos o olhar fixo no invisível e não no visível, a leve tribulação presente nos produz uma carga incalculável de glória. Pois o visível é transitório, o invisível é eterno." ( 2 Cor. 4, 16-18 ).

As dificuldades e as dores experimentadas durante a vida, não assustam a aqueles que conseguem visualizar com os olhos da fé o invisível, depositando o presente e o futuro nas mãos de Deus.

"Para que vos conceda pela riqueza de Sua Glória: fortalecer-vos inteiramente com o Espírito, que pela fé, Cristo habite em vosso coração, que estejais enraizados e alicerçados no amor." ( Ef. 3, 16-17 ).

Assim, não existirão fardos excessivos pois, a cada passo experimentarão o alívio necessário e a renovação diária e constante, que possibilitará o caminhar, acompanhado pela Providência Divina.

Precisamos portanto, abraçar com amor a nossa cruz, feita sob medida, que nos conduz para a glória que se manifestará definitivamente na eternidade.

Conscientização do humano.

O ser humano, mediante o seu contínuo progresso nas áreas da medicina, da tecnologia e muitas outras, apesar do seu desenvolvimento significativo ocorrido nas últimas gerações, apresenta um déficit muito grande na sua relação com Deus.

Levado pela empolgação, enaltece-se a si mesmo pela sabedoria que possue esquecendo-se que ela provém de Deus. Se possuímos a vida em nós, é pela determinação e vontade do Senhor. Por isso, o ser humano não pode atribuir a si, a glória das suas conquistas, nem as decisões sobre a manipulação da vida, que é um dom sagrado. Isto compete somente à Deus que é o Autor da Vida, abrangendo toda a eternidade.

Enquanto o homem viver na independência de Deus, jamais conhecerá a verdadeira plenitude. Por mais progresso que conquiste, não experimentará o seu completo, a sua integridade pois, é apenas criatura. Somente encontrará refúgio, repouso e a verdadeira felicidade no seio do seu Criador.

Reflexão Quaresmal.

Somos exortados, incentivados na época Quaresmal à uma revisão de vida mais específica; à uma conversão visando um novo direcionamento nas atitudes, procurando adequar a nossa vida aos desígnios, propósitos estipulados por Deus para nós.

" Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida". ( Lc. 21, 34 a ).

Deus tem pressa, a Humanidade se encontra dispersa no oceano do materialismo, cujas ondas do individualismo, tendência a considerar apenas os valores e os interêsses individuais; e do subjetivismo, ancoram nas praias da vida.

Envoltas pelo avanço tecnológico que visa o progresso mas, por outro lado, ocupando a mente do ser humano, não deixa espaço necessário para o seu relacionamento com o Criador.

Estamos portanto adentrando no tempo propício, para colocarmos nossas escolhas e efetuarmos as nossas decisões, na observância do tema Quaresmal: " Ninguém pode servir a dois senhores. Porque ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas." (Mt. 6, 24 ).

A conversão no auto-conhecimento.

Desperdiçamos nossa energia vital com uma diversidade enorme de preocupações, de situações e atividades que geram desgaste excessivo, na maioria das vezes desnecessário.

Se conseguirmos direcionar esta atenção, orientando-nos através da Palavra de Deus, deixando-nos direcionar por ela, certamente descobriremos no nosso interior, tesouros de valor inestimável que irão brotar do nosso íntimo, em frutos de amor, paz, fraternidade e benignidade. Então, resplandeceremos como o sol a iluminar todas as vidas presentes ao nosso redor.

Portanto, reflitamos conscientemente sobre a conversão que se faz necessária na nossa vida, mediante uma auto-análise gerando um auto-conhecimento, na finalidade de apararmos as arestas necessárias através do perdão, para que a nossa vida possa transcorrer em serenidade e harmonia.

Analisando o íntimo.

Na rotina, na agitação constante, precisamos de um espaço reservado à nós mesmos, para uma auto-análise mais profunda, desenvolvendo um auto-conhecimento mais objetivo e significativo para nossa vida.

Desejamos a paz; tentamos buscá-la e encontrá-la através dos outros, das situações e nas circunstâncias que se apresentam. Porém, esquecemos que o berço da paz está no nosso íntimo, no nosso interior mais profundo, de onde procede a Divina Essência.

Queremos compreender o mundo, mas deixamos de entender a nós mesmos. Tudo aquilo que buscamos fora de nós, precisa ser descoberto e encontrado no nosso interior.

Muitas vezes, procuramos Deus na natureza, no Universo e, ignoramos a Sua Presença em nós, através da vida que possuímos, dom e dádiva do próprio Deus.

Sinais de advertência.

"Sua mente é cinza; sua esperança, mais mesquinha que o barro, e sua vida vale menos que a argila; pois não reconheceu quem o modelou, infundiu-lhe uma alma ativa e lhe soprou alento vital, mas considerou a vida como um jogo, a existência como uma feira de negócios; "deve-se tirar partido de tudo - dizia -, até do mal."

( Sab.15, 10-12 ).

Quando uma vida se edifica baseada em interêsses, acaba adquirindo uma conotação semelhante ao jogo. Direciona-se através de regras, que visam seu lucro particular, tirando vantagens de tudo, sem se importar se sua origem é do bem ou do mal.

Esta vida desconhece que foi criada por Deus e não o reconhecendo, mergulha no abismo, ignorando os sinais de advertência para a sua libertação, que procedem da Misericórdia Divina.

Na permanente busca.

Todo ser humano coloca-se a caminho, em busca de algo que o motive, alegre e complete de alguma forma. Muitos se apegam ao imediatismo, visando a vantagem imediata; riqueza, poder, diversão. Outros criam seus próprios ídolos como: artistas famosos, cantores, esportistas, etc.

Há também aqueles que se idolatram a si mesmos. Todas estas formas de busca, demonstram a necessidade inerente ao ser humano, a constante busca maior, que somente será satisfeita e completa mediante o encontro da criatura com o Criador. Somente em Deus, seu criador, toda criatura encontrará o repouso, a plenitude e a integridade plena.

" Ele é o Deus vivo que permanece para sempre. Seu reino não será destruído, Seu império dura até o fim. Ele salva e livra, faz sinais e prodígios no céu e na terra." ( Dn. 6, 27b-28 ).

Quando chegamos à conclusão.

A alegria e a tristeza tendem a se intercalar durante a nossa existência. Quando estamos alegres, achamos que tudo está bem, está perfeito mas, sobrevêm a tempestade com dificuldades e a tristeza se instala temporàriamente.

A tendência é procurar meios, soluções para sanar os momentos difíceis e preocupantes. Muitos lembram-se de Deus nestas ocasiões mas, na maioria das vezes, a intenção principal é a de conseguir ajuda para resolver a situação do momento; depois, retornando à rotina anterior, não continuam dedicando à Deus a atenção primordial.

Felizes aqueles que procuram viver na presença de Deus sempre. Na alegria, dando graças e louvando; na tristeza e nas dificuldades, recorrendo ao Seu auxílio movidos pela fé, na esperança e no amor.

Quando chegamos à conclusão de que o lugar destacável e importante da nossa vida pertence à Deus, podemos então como o profeta Jeremias afirmar: "Aqui estamos, viemos a Ti, porque Tu, Senhor, és nosso Deus." (Jr.7,22b).

Refletindo com maturidade.

Vivemos num momento em que se torna necessário fazer uma pausa para uma reflexão mais séria e consciente sobre a nossa existência; sobre a nossa missão individual e comunitária.

Refletirmos, colocando à presença da razão aquilo que ansiamos, pretendemos e aguardamos da nossa jornada neste mundo.

Será que é suficiente almejarmos, limitarmos nossos desejos e expectativas apenas às coisas visíveis e paupáveis?

Será que não é o momento propício para direcionarmos o nosso entendimento e a nossa atenção para além daquilo que compõe a nossa rotina?

Será que o nosso interior, a nossa existência não clama para uma vida direcionada às coisas mais elevadas? Aos conhecimentos arquivados nas Sagradas Escrituras? Na revelação da verdade? Na busca do verdadeiro sentido ao qual fomos criados e destinados por Deus?

" O Senhor é clemente e compassivo, paciente e misericordioso. O Senhor é bom para com todos, Ele se compadece de todas as suas criaturas." ( Sl. 145 (144) , 8-9 ).

Escolher com responsabilidade.

"O Senhor criou o homem no princípio e o entregou em poder de seu arbítrio; se quiseres, guardarás seus mandatos, porque é prudência cumprir Sua Vontade; diante de ti estão postos fogo e água: estende a mão ao que quiseres; diante do homem estão morte e vida, e lhe darão o que ele escolher." ( Eclo. 15, 14-17 ).

O ser humano possui inteligência, mediante a qual, realiza suas escolhas. Para isso, necessita de critérios que o auxiliem na sua reflexão e posterior tomada de decisão.

De posse do livre arbítrio, cabe a cada um, analisar as situações e os fatos que ocorrem durante a vida, no intuito de tomar a decisão mais coerente e acertada. Como diz o ditado: "Quem planta colhe."

A nossa colheita individual dependerá das sementes que lançarmos no campo do mundo durante a nossa vida.

Cabe portanto, uma reflexão consciente e responsável, sem se deixar tragar por devaneios e fantasias.

Saibamos cultivar a sobriedade, deixando-nos conduzir pela Luz que provém da Sabedoria Divina.

Também em busca da alegria.

As formas de buscar alegria variam conforme a pessoa, a sua formação religiosa e moral. Os aprofundamentos espirituais nestas ocasiões, proporcionam um crescimento significativo no campo mais elevado da vida.

A proximidade com Deus, abre horizontes jamais imaginados, que transbordam alegria de um modo diferente, tocando o âmago da alma e não restringindo a alegria apenas às sensações carnais.

Estamos vivendo numa época significativa, cujo convite é de mergulharmos em águas mais profundas da existência, isto é, em Deus e na Sua Sabedoria. Necessitamos abandonar os prazeres funestos, que ferem moralmente trazendo desventuras e tristezas posteriores.

Reflitamos portanto e sigamos da melhor forma possível os caminhos da nossa vida.

Em busca da alegria.

Neste tempo de agitação e fortes apelos, onde a tendência predominante é a da liberação total, abramos parênteses para uma breve reflexão. Analisemos a predominância que impera: permissividade, ausência na observação de valores e no que se refere à responsabilidade quanto ao futuro.

Em busca desta alegria, em meio ao frenesi, à agitação, as pessoas desligando-se da realidade, mergulham numa ilusão aparentemente atraente, mas que dias depois torna-se vazia, carregada de sombria frustração.

Pois, de volta à realidade, o que resta é juntar os cacos dos sonhos e fantasias vividas nestes dias, muitas vezes acompanhados de resultados indesejáveis.

Sinceridade.

"Filho meu, não sejas falso no temor de Deus, não te aproximes Dele com duplicidade de coração; não sejas hipócrita em teu trato com os homens, vigia teus lábios. O Senhor descobrirá o que ocultas e te humilhará no meio da assembléia porque te aproximaste do temor de Deus enquanto teu coração estava cheio de falsidade." (Eclo. 1, 28-29 ; 30 b ).

Ser sincero, expressar-se sem intenção de enganar, ser verdadeiro, autêntico, agir com sinceridade. Assim devemos ser na nossa relação com Deus, com o nosso próximo e em relação a nós mesmos.

A partir deste procedimento, poderemos edificar nossa vida em alicerce firme e inabalável. Nossa consciência experimentará a paz e repousará na tranquilidade.

Habitaremos na graça de Deus e colheremos frutuosas bênçãos na nossa vida.

Refletindo a época da idolatria.

"Os que modelam ídolos são todos nada, e é inútil o que eles amam, seus devotos não vêem nada nem conhecem; por isso ficam frustrados. Quem modela um deus ou funde uma imagem, a não ser para ganhar alguma coisa? Vede: todos os seus sócios ficarão frustrados, porque os artífices não são mais do que homens. Que se reúnam todos para comparecer: sentirão espanto e vergonha ao mesmo tempo." ( Is. 44, 9-11 ).

O ser humano acaba se tornando escravo das suas próprias obras. Molda-as a seu gosto e demonstra uma enorme alegria diante delas, enchendo-se de ilusões e alimentando soluções mágicas momentâneas para os seus problemas.

Sente-se no auge do poder, enquanto comanda o espetáculo. Mas, quando este termina, cai-lhe o véu ilusório e então vê-se mergulhado na realidade crua e impiedosa da vida.

Seu interior está vazio, amargo está seu âmago pois, distanciou-se do Criador, da Verdadeira Luz, que conduz à vida plena e eterna.

O ser humano precisa se voltar com urgência para a sua verdadeira essência e, diante de Deus aceitar o seu verdadeiro sentido, mergulhando na humildade com sinceridade e arrependimento pelas faltas cometidas, reaproximando-se de Deus, do seu direito à vida verdadeira e plena.

Em Deus.

" Só em Deus descansa, minha alma, Dele vem a minha esperança. Só Ele é minha rocha, minha salvação, minha fortaleza: não vacilarei. Em Deus está minha salvação e minha glória; minha rocha firme, meu refúgio está em Deus." ( Sl. 62 ( 61 ), 6-8 ).

No modo justo de ser.

Ser justo é agir conforme a justiça, a razão, ser imparcial, íntegro e virtuoso.

"Os justos vivem eternamente, recebem de Deus sua recompensa, o Altíssimo cuida deles." (Sb. 5, 15 ).

O caminho da justiça é dificil de ser seguido mas, apresenta uma recompensa de incalculável e inimaginável valor; o próprio Deus cuida de quem assim procede.

De que adianta viver o lado oposto, na injustiça, sem integridade, sem caráter. O ser humano acaba perdendo o seu valor, a sua essência perante si e diante de Deus.

Por maiores que sejam os lucros materiais e as riquezas passageiras, adquiridas no proceder injusto, jamais se compararão com as bem-aventuranças e com os tesouros espirituais que um homem justo adquire e acumula no desenrolar da sua vida.

Em Deus está o nosso abrigo.

Bem-aventurado aquele que crê no Senhor e o ama com todo o seu coração e a sua inteligência. Que deposita toda a fé e esperança em Deus, que se abriga sob a Sua proteção e brilhando como um luzeiro, ilumina os demais.

"Do Senhor vem a salvação dos honrados, Ele é sua fortaleza durante o perigo; livra-os dos perversos e os salva porque Nele se abrigam." ( Sl. 37(36), 39-40 ).

Em vão porém sucedem-se as buscas do homem, que se baseam no poder, na ganância, no materialismo, na idolatria e formas desregradas de prazer.

Vazio se torna este ser humano, vivendo à deriva, sem rumo certo, sem o real objetivo da vida. Mas, Deus está à espera dos filhos pródigos, enquanto ainda o tempo se faz presente, enquanto os dias ainda amanhecem, trazendo consigo o convite e a oportunidade à conversão, ao retorno à graça e ao amor de Deus.